PSD ( 9)
Os defesas centrais da posição de princípio, como o PCP chama ao seu acordo com o PS, são os media. Se o partido escolhe um político que tem fama de má relação com os jornalistas, ninguém levara a sério o combate que é preciso travar. Significa isto que é preciso acamaradar com as legiões saídas dos cursos sobre Lukács, Foucault e Zizek? É exactamente o contrário.
Com Debord. A classe ideológica totalitária no poder, hoje ,em Portugal, é o poder de um mundo invertido: quanto mais ela é forte , mais ela afirma que não existe. Esta ideologia transformou policialmente a percepção das coisas. Tal como os partidos de protesto - o Bloco (que Pacheco Pereira designava como meramente tribunício) e o PCP -, os media são hoje burocratas da mentira que pretende desenhar uma sociedade espectacularmente diferente da do período da troika.
Acabaram assim as notícias sobre a desgraça do SNS ou sobre os mendigos que dormem na rua; as greves passam a ser más e politicamente orientadas, ou seja, uma medalha transformada em pecado. Os advogados de negócios, esses alcaides do regime, são agora amigos desinteressados do PM, os tumultos nos cacilheiros só escapam à percepção organizada das coisas através do pasquim CM. O SEF está como a Ongoing: o que é isso? A Europa e as suas exigências deixaram de nos querer transformar numa colónia. E assim por diante.
Sem atacar a imagem deste presente perpétuo, que declarou os anos da troika ( chamada pelo PS) como uma invenção do neoliberalismo de Passos, nenhuma proposta política sobreviverá.
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