O Tratado de Forte Stefano
Miguel Soares bateu à porta dos Andrades. Vinha animado de uma intenção escrupulosa. O Andrade tinha uma mulher lasciva, quase todo os dias a via. Tresandava a sexo. Um rabo de sonho e uma boca pequenina e sorridente. Trinta e tal anos. Não podia ser.
O Andrade abriu a porta, compreendendo logo do que se tratava. Havia sinais. Miguel foi direito ao assunto. Era indecente, e má vizinhança, uma mulher daquelas ser só para um homem. A sua mulher - sublinhou Miguel - era um saco de batatas enrolada em arame farpado. Ele tinha direito a não ser provocado daquela forma. O Andrade simpatizou. Debateram-se soluções.
Miguel reforçou a exigência. Era socialmente injusta uma tal política do tesão. O Papa já apelara diversas vezes a uma correcta distribuição dos recursos. O Andrade declarou-se igualmente admirador do Santo Padre e seu seguidor no twitter. Faltava ouvir Anabela Andrade.
A mulher entrou na sala e foi posta ao corrente das conversações. Acendeu um cigarro electrónico. Declarou que o máximo que estava disposta a ceder, em nome do bem comum e da social-democracia do tesão, seria fazer um vídeo erótico. O Miguel que se amanhasse sozinho.
Todos concordaram. Miguel quis deixar bem definido que aceitava, em nome da paz social, mas que, no futuro , outras medidas poderiam ser tomadas. Despediram-se com firmes apertos de mão.
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