Sinais ( 5)

Ainda a América  e a  vaga ideia de um pressuposto ( inconsciente ) colectivo para a  violência. Os delírios psicanlíticos são divertidos ( às vezes são nocivos,  isso ficando para outra altura) , mas de vez em quando aproveitam-se coisas. W.R. Bion fez escola com a definição dos pressupostos básicos  de funcionamento grupal: o da dependência, o de ataque  e fuga  e o messiânico.
O primeiro e o terceiro são facilmente  reconhecíveis: um grupo tende  a depender de um líder que tudo satisfaz mas  que ao mesmo tempo tudo paralisa;  por outro lado,  o grupo tende  acreditar que no futuro  aparecerá um salvador ( pessoa ou acontecimento) que tudo resolverá. São excitantes, mas também ficam para outra ocasião.

O segundo, o de ataque  e fuga , é o que me interessa para o assunto: o grupo acredita que existe sempre  um inimigo do qual  deve fugir ou atacar. As provas científicas do período magdaleniano e, de um modo geral , do paleolítico superior, são superabundantes. De Morella la Vella em Espanha a  Arnhem Land na Austrália, as gravuras de cenas de guerra e homicídio constroem a evidência cultural do pressuposto.

A América é uma  sociedade nova. O desdém de Freud sobre  a falta de tradição intelectual seria hoje varrido à paulada em nome do combate ao neocolonialismo e à arrogância do Velho Mundo. Curioso é que muitos, dos que elevam culturas antes consideradas primitivas ao zénite do conhecimento, continuam a perpetuar esse desdém pela América. Seja como for, é  uma sociedade nova fundada na conquista de territórios e nas lutas para os manter,


O que ficou desse pressuposto colectivo original pode ser bispado na cultura das armas? Talvez, mas se olharmos o  século XX europeu, bacilo  de duas guerras mundiais e de um genocídio ( Jugoslávia) deveríamos ser mais cautelosos.

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