Sinais ( 6)

A ideia está armada desta maneira: o populismo é um sinal dos tempos actuais e as redes sociais favorecem-no. Vamos  dividir a ideia:

É curioso como os propagadores da ideia colocam Maquiavel no século XXI:  não importa o que  o princípe é, importa o que o povo pensa que o príncipe é.  Inventivos, mas até podiam ser mais. Paflagónio é desafiado por um  salsicheiro que consquista as graças do povo. Ambos  são uma criação de Arsitófanes destinada a acusar  Cléon, o demagogo - que na origem até era uma designação nobre (aquele que conduz o povo) .
São tantos os exemplos. Mais um e dramático: Nicolau II, o últímo czar. Um  semi-débil, criado no fausto  da caça e das  imbecilidades, vagamente sonhador de um comunhão  sagrada entre  a Russia e a Igreja, ou seja, entre Deus e ele.
O populismo é velho como o mundo.


As redes socias, o poder das redes sociais: os bem pensantes  tremem de pavor enquanto espreitam  o   facebook do vizinho ou o twitter da amiga. Pois sim, sem dúvida que ajudam o populismo. Como ajudam o escrutínio da acção política, a rapidez da acção em desastres naturais ou a encontrar o bobi perdido da Carla Vanessa.
Nenhuma  ferramenta tecnológica  é boa ou má em si mesma. O telefone, a rádio, o automóvel, por exemplo, tanto servem para planear e cometer homicídios como para salvar vidas. No caso do populismo, seja lá o que isso for, tanto serve para o favorecer como para o denunciar.
O que acontece é que o velho aparelho de produção de influência ( das chancelarias  às academias) pode agora ouvir a voz do povo que tanto diz servir.

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