Sinais ( 9)
No outro dia, um tablóide chamava à capa : os novos detectives electrónicos das infidelidades - você também pode ser um.
Podemos ir com Barthes - o fait divers é uma arte das massas - ou suspeitar de coisa mais concreta.
Se formos com Barthes, esta nova profissão é, afinal, velha O fait divers tem como função preservar a ambiguidade do racional e do irracional, do insondável e do inteligível. A infidelidade electrónica é ela própria ambígua - o reencontro exaustivo com um antigo colega no facebook . O faça você mesmo, por seu lado, não é para todos: muitos de nós nunca chegámos a usar o espectacular beberbequim a laser e lá repousa ele no seu estojo brilhante.
Já se suspeitarmos de uma sugestão concreta, a coisa muda de figura. Começa pelo enunciado: a mesma tecnologia que provoca a infedilidade pode descobri-la se você for eficiente. Isto leva-nos a uma conclusão surpreendente: dedique o tempo da sua relação a provar que ela não funciona.
O concreto da coisa é a especialização - investigar, provar, acusar. Ou seja, você pode ser cornudo, mas um cornudo informado. Lá se vai a teoria de que a informação é poder...
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